segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A ditadura da ignorância

Politica e democracia



Quando pensamos em nossas relações sociais, é inevitável não pensarmos nos desdobramentos destas relações. A partir deste ponto, são discutidas em varias áreas do saber (na politica, educação, ecologia, religião, etc.), quais são os rumos que as nossas sociedades brasileiras (e no mundo) estão tomando, e aonde isto tudo vai parar.

Olhando para este panorama, percebemos que as sociedades se encontram em estado de alerta, frente à violência provocada pelas guerras que surgem todos os dias (e quando falamos em guerras estamos generalizando, trazendo a ideia de tudo o que provoca caos), a desordem nas sociedades, nas escolas, etc. Esta consciência de terror e caos, no entanto, não é o suficiente para tirar as pessoas da sua área de conforto. Todavia, este estado que se encontra nossa sociedade e o mundo, deveria causar em nós este desejo de mudança, nos levando a um engajamento politico em favor de uma sociedade e um mundo melhor, mais igualitário e humano.

 O grande problema que nos deixa assustados, é que quando se tomam decisões nunca se tomam decisões a partir da opinião pública, o que existe é um discurso ideológico (por parte dos poderosos ou daqueles que exercem algum tipo de poder) que leva as pessoas a pensarem que estão participando destas decisões.

Ora, podemos dizer então em uma linguagem mais filosófica e até teológica, que a população não exerce a sua liberdade plenamente, sendo manipuladas como marionetes nas mãos daqueles que de alguma forma exercem alguma influencia sobre as suas vidas[1] (na escola, na religião, na politica, etc...). Neste sentido, as percebemos que as pessoas não exercem de forma efetiva a sua autonomia[2]. Todavia, eu não culpo o povo (brasileiro) ainda mais quando temos consciência das mazelas de nossa história de sofrimento e abandono. Pensamos que seja necessário darmos um basta a este tipo de postura e lutarmos por nossos ideais, ainda que isto seja contrario ao pensamento de nossos amigos que estão no poder.

Ainda que isto pareça utópico, todavia, somos a favor daqueles como Martin Luther King, Nelson Mandela, dentre outros visionários, que tiveram o sonho de ter um país e um mundo com pessoas politicamente informadas, e que estão dispostas a lutar pelos seus direitos, e não permitir que homens corruptos afoguem nossos sonhos.

Dito isto, cabe à igreja de Cristo ser luz para os caminhos daqueles que estão na caverna da obscuridade, não somente apregoando um celeste porvir, mas trazendo uma consciência (politicamente correta) libertadora e que mostre os caminhos de esperança e de uma vida justa, necessárias a todos os seres humanos que foram criados a imagem e semelhança de Deus. Assim como o fez Jesus na sua época (Mateus 23) e toda a tradição profética do Antigo Testamento, que denunciavam as desigualdades sociais, reivindicando o direito dos órfãos e das viúvas.

Ou nós queremos ser a manifestação do anticristo no mundo? Será que Nietsche tinha razão, quando ele dizia que a igreja é a manifestação do anticristo?

A escolha amado leitor, esta em nossas mãos!

Afinal de contas, vivemos em um país democrático, ou em uma ditadura?



  



[1] Temos a total consciência que somos influenciados a todo o momento, no entanto, o tipo de influencia ao que me refiro, é algo que recebemos passivamente sem questionar os conteúdos que nos são passados.
[2] Em ligeiras palavras, podemos definir o autônomo como aquele que tem o poder para dar a si mesmo a regra, a norma, a lei é autônomo, ou seja, goza da liberdade. O heterônomo é aquele que não tem capacidade racional para a autonomia, ou seja, é aquele que recebe de outro as norma a lei. Isto foi tirado de: CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2002, pg. 338.

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