A Bíblia diz no Salmo 90 ver. 12 “Ensina- nos a contar os nossos dias para que tenhamos um coração sábio”, mostrando- nos a importância de vivermos uma vida plena e feliz, sendo que o principio para esta vida é o temor a Deus, "O temor do Senhor é o principio da sabedoria", Prov. 01- 07.
Ora, a plenitude e a felicidade é algo que é buscado e almejado pelos seres humanos do mundo inteiro, tentamos encontra- la em diversas situações de nossa vida: nas relações entre pais e filhos, na amizade, no amor, etc.... Esta busca e desejo pela felicidade é algo que acontece entre nós desde a pré- historia até os nossos dias.
Podemos dizer que o ser humano esta em todo o momento em busca da plenitude e do bem viver (desde o primeiro suspiro “nascimento”, até o ultimo “morte”). Todavia, segundo á Bíblia a resposta para a plenitude e a felicidade, não se encontra nos bens, nos relacionamento, e em nossas realizações, sejam quais forem elas, mas em Deus, manifesto em Jesus, somente em Jesus é que encontramos sentido, ou seja, a plenitude e a felicidade da vida.
Olhando para o texto que lemos (Gênesis 5), percebemos que no principio após a criação do mundo, os homens estavam vivendo em plena rebelião contra Deus, não pautando as suas vidas nele, antes preferiram viver em constante rebelião contra Ele, tornando- se, portanto, inimigos de Deus, preferindo a injustiça em detrimento da justiça (Romanos 1. 18- 32). No entanto, a Bíblia mostra- nos as constantes investidas de Deus para reatar a sua relação com os homens.
Isto, fica evidente quando olhamos o tipo de relações politicas e sociais que eram vividas entre estas pessoas, aonde, eram validas somente as leis dos mais fortes. Nesta sociedade, não havia espaço para a ideia de justiça, mas de injustiça (os mais fortes prevalesciam sobre os mais fracos).
Neste sentido, podemos dizer que estamos diante de um problema: como é alcançar a felicidade diante de um estado de rebelião? Para buscar compreender este problema e dar uma resposta ao mesmo, podemos nos perguntar: como surgiu o mau? Será o mal uma entidade criada por Deus? Ou, se não foi Deus quem o criou? Quem o criou?
Eu concordo com a resposta do teólogo C. S. Lewis, que deu uma contribuição imensa para a nossa compreensão, qunado ele diz: que Deus não é o criador do mau, mas que, no entanto, deu- nos a liberdade de escolher entre este e o bem. Esta resposta é importante, porque nos ajuda a entender que Deus não criou o Diabo, mas que este por escolha própria se tornou em inimigo de Deus por escolha própria (desculpem- me os soberanistas calvinistas).
Partindo deste pré- suposto, podemos dizer que os homens são maus por escolha própria e que sua rebelião é o exercício de sua liberdade.
(Um adendo faz- se necessário em questão de clareza. A figura sombria e sangrenta de Hitler, por exemplo, que com a ajuda de vários alemães mataram mais de seis milhões de judeus nos campos de concentração, pode nos ajudar em nossa reflexão. Se pensarmos no ser humano que foi este personagem, podemos dizer com certeza que ele não nasceu mau. Mas as experiências de sua vida e as suas escolhas, é o que o transformou nesta figura monstruosa que nos assusta. E que consequentemente tornou- se inimigo de Deus.)[1]
Olhando os desdobramentos de nossa história, percebemos que os homens muitas vezes se afastaram de Deus inclusive a sua igreja (ver a história do cristianismo na Idade Média, por exemplo), ou o homem moderno pensavam que com o avanço das ciências, das artes e das grandes conquistas sociais na Europa (Revolução Inglesa, Industrial e Francesa, Iluminismo) a ideia de Deus não seria mais necessária. Esta situações de descrença desaguou em um mundo totalmente desumano e cruel (pessimismo total, “vazio”). Um mar de sangue repleto de vitimas.
Dando um salto para a nossa época, a nossa sociedade herdou (inclusive as denominações cristãs, diga- se de passagem o neopentecostalismo evangélico) estes valores, de descrença e desconfiança com relação á Mensagem do Evangelho e em Deus. Estamos vivendo hoje uma crise na espiritualidade, deixando, portanto, um vazio.
E isto, torna- se pior quando olhamos para os escandalos causados por religiosos sejam eles lideres de diversos segmentos cristãos, sejam elas Católicas ou Protestantes.
Todavia, não devemos nos esquecer de erguer a bandeira do evangelho e apregoar ao mundo (a nossa esperança) que apesar de nossa infidelidade e incredulidade, não anulamos a fidelidade e o amor de Deus, como diz o apostolo Paulo, na epistola aos Romanos 3. 1- 4: “1 Qual é logo a vantagem de ser judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? 2 Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas, 3 Pois quê? Se alguns foram incrédulos, a sua infidelidade aniquilara a fidelidade de Deus? 4 De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro e todo o homem mentiroso. Pois, é Deus que santifica o seu nome em nós Ezequiel 36. 23: E eu santificarei o meu grande nome, que foi profanado entre as nações, o qual profanastes no meio delas; e as nações saberão que eu sou o Senhor, diz Jeová, quando eu for santificado aos seus olhos.
Apesar deste cenário tão tenebroso, temos a impressão que o crescimento (inchaço) que tem havido nas igrejas evangélicas brasileiras, por exemplo, de alguns anos para cá, é um sinal de avivamento.
Todavia, não é isto o que esta acontecendo, pois, no mundo pós- moderno, a religião, ou seja, “Deus virou mercadoria”. Muitas pessoas são levadas as igrejas não com a finalidade de terem um encontro com Deus, mas, sim de barganharem com o mesmo. Jesus deixou de ser o Cristo libertador, para se tornar Mago! Atente- mos para a repreensão de Pedro contra os que praticam tais coisas, em Atos 8. 20- 22.
Todavia, não é isto o que esta acontecendo, pois, no mundo pós- moderno, a religião, ou seja, “Deus virou mercadoria”. Muitas pessoas são levadas as igrejas não com a finalidade de terem um encontro com Deus, mas, sim de barganharem com o mesmo. Jesus deixou de ser o Cristo libertador, para se tornar Mago! Atente- mos para a repreensão de Pedro contra os que praticam tais coisas, em Atos 8. 20- 22.
Estes fenômenos sociais nos mostram o grande desafio que temos pela frente. Portanto, não podemos nos calar diante desta situação, e de maneira profética, como os profetas do A. T, Jesus e os seus apóstolos denunciar estas perversões sociais e do Evangelho.
Assim como havia uma esperança sobre a figura de “Noé”, pois, acreditavam que o mesmo traria consolação para aquela geração, da mesma forma existe uma expectativa sobre nós. De trazer esperança para um mundo devastado pela descrença.
Conclusão
Pai, não sois primeiro nosso Juiz e Senhor, mas Nosso Pai
por que ouvis o clamor de vossos filhos oprimidos.
Que estais no céu
Para onde se dirige nosso olhar na luta.
Santificado seja vosso agir libertador contra os que oprimem
em vosso nome.
Venha nós a vossa justiça a começar pelos empobrecidos.
Seja feita a vossa libertação que principia na terra e termina no céu.
O pão de cada dia que juntos produzimos, dai- nos juntos come- lo.
Perdoai- nos o nosso egoísmo na medida em que combatemos
O egoísmo coletivo.
E não nos deixes cair na tentação
De explorar e de acumular.
Mas livrai- nos
Da vingança e do ódio contra o mau que oprime e reprime.
Amém.
[1] O presente exemplo, foi citado somente por uma questão de clareza, no entanto, não é nosso propósito se estender neste assunto, uma vez que desta temática podem surgir outras discussões.