domingo, 7 de agosto de 2011

EVANGELHO DE LUCAS 15. 11- 31



REFLEXÕES SOBRE A REALIDADE DE DEUS E A VIDA

O cristianismo é a única religião no mundo que chama Deus de Pai. Isto torna- se claro quando olhamos para a vida de Jesus, principalmente nos evangelhos, aonde percebemos a preocupação do Mestre em apontar este caminho. Esta atitude de Jesus causava estranheza nos religiosos de sua época, pois, era considerada uma blasfêmia.
Se observarmos esta questão no âmbito teológico (acadêmico ou popular) perceberemos que esta imagem bíblica ficou ofuscada, na história do pensamento cristão, por exemplo, principalmente no ocidente que se firmou sob a ideia do medo de um Deus carrasco que não esta nem um pouco preocupado com as fraquezas e limitações dos seres humanos. Podemos dizer que esta forma de pensar em Deus como Pai é praticamente nula na literatura do Antigo Testamento, principalmente no Pentateuco, aonde observando as tradições da Lei de Moisés percebemos que a imagem de Deus que era passada para as pessoas, era de um ser irado, vingativo, separado do mundo (Santo), ou seja, a figura de Deus estava associada ao medo.

E ai aparece Jesus apresentando- nos, uma outra face de Deus, um ser amoroso e que é apresentado na figura do Pai (Aba) que se fragiliza ao ver o regresso do filho perdido. Isto nos faz repensar algumas coisas a respeito de Deus.

1-    DEUS RESPEITA AS NOSSAS DECISÕES

Ao observar o texto percebemos a decisão do filho que decide ir embora para uma terra distante, decisão esta que não causou resistência por parte do pai. Com base nisto podemos nos questionar, mas porque o pai não barrou o filho rebelde, será ele um irresponsável? De modo algum.

A atitude do pai com relação ao filho rebelde foi a atitude de quem ama, e quem ama de verdade (no caso desta passagem, Deus), esta disposta abrir mão da força e do medo (I Jo. 4. 18), para estabelecer conosco uma relação de liberdade. E com base nesta passagem entendemos que só existe amor, quando a liberdade (Gal. 5. 1).

Deus não tem o interesse de nos privar de viver, ou seja, Ele não deseja que eu viva preso a preceitos morais que anulem a minha alegria de viver, Mt. 12.1- 8 (MEDO DAS PUNIÇÕES).

Mas dizer que sou livre não quer dizer que vou viver de qualquer maneira, mas sim que vou responder a vida de maneira responsável.



2-    DEUS É UM SER PACIENTE

Ora, além de respeitar a decisão do filho, o pai se mostra muito paciente, pois, o mesmo aguarda ansiosamente o regresso do filho. Neste sentido a paciência de Deus faz todo o sentido na vida do homem, pois, para Deus segundo os Evangelhos não faz nenhum sentido forçar o homem a aceita- lo através da força (MEDO), uma vez que o seu desejo é que o homem responda ao seu amor de forma voluntaria. Nós fomos chamados para a liberdade (Gl. 2. 4; I Co. 3. 17). Entendemos nesta passagem que Deus fez com a humanidade um pacto de amor eterno (Jer. 31. 3).

Ainda que  esta atitude do filho causa- se no coração do, pai dor e tristeza, ele prefere não interferir na decisão do filho, mesmo sabendo que o filho mais a frente iria sofrer, por conta de sua irresponsabilidade (Oséias 11. 1- 9).  





3-    DEUS SE FRAGILIZA DIANTE DA FRAQUEZA DO SER HUMANO (Filipenses 2. 5)

Bem, logo após meditarmos nesta outra face de Deus, e ao percebermos a atitude do Pai que corre ao ver seu filho retornar depois de tanto sofrer, podemos dizer que Deus se fragiliza diante da humanidade. Jesus fez cair por terra toda uma teologia que estava relacionada ao medo. Graças a esta revelação podemos agradecer a Deus pelo seu grande amor.

Baseados neste “Amor”, podemos pensar a relação de Justiça de Deus com o homem. Se pensarmos na questão da justiça, podemos nos perguntar qual é a função da justiça? Se esta pergunta for feita a um legislador, ele nos dirá: “Justiça é a constante e firme vontade de dar a cada um o que é seu”. Se Deus fosse nos dar o que merecemos de fato nós estaríamos perdidos. Portanto, ao olhar para o texto bíblico eu percebo que a justiça e a correção de Deus, acontece através dos desdobramentos de nossa história. Porém, existe algo que é fundamental nessa relação: a “GRAÇA” (Rom. 5. 1- 9). Somente Deus é Justo e Santo e todos nós devemos nos prostrar perante Ele (Hb. 12. 5- 12).



CONCLUSÃO

Concluímos então que cabe a nós respondermos ao chamado de amor que Jesus nos convida e vivermos em comunhão com Ele.

Amém